Wednesday, December 09, 2020

Todo o orgulho do mundo não vale o abrir-se mão de um filho

 Hoje voltei a ver-te

tenho andado a lembrar-me de ti

de como já há muito tempo que não te via.

Vi-te.

Não sei se me viste, apesar de teres olhado para mim

Uma parte de mim ficou orgulhosa do seu carro bonito, 

a outra lembrou-se que sem óculos não vês nada.

O teu ar continua a ser o mesmo, um ar desconfiado.

...

Uma parte de mim ficou a pensar que podia ter posto a cabeça de fora da janela

a outra sabe que essa é uma realidade difícil de se realizar

Já muitas foram as tentativas e por esta altura já é suposto saber que não o posso fazer.

Não eu.

Não depois de tudo.

Uma parte de mim ficou a chorar por dentro conseguindo impedir que houvesse lágrimas

a outra decidiu que este momento era digno de registo e que sobre isto eu teria mesmo de escrever.

Mesmo que depois das aulas. Depois de ir buscar as meninas e de as ir pôr no ballet.

Depois da minha reunião. Depois de fazer o jantar e depois de as pôr a dormir.

Mesmo com tanto depois, hoje eu tinha 

Já lá vai o tempo, em que as palavras me contavam de mim, mais do que eu própria sabia.

já há muito que calei as palavras e parei de escrever.

Mas hoje não podia.

Hoje tenho.

O assunto é antigo, mas o sentimento continua novo.

Não era suposto ser assim.

O aceitar e viver com a consciência de que não posso mudar, é diário. 

A  tristeza também.

Qual nuvem que nos acompanha a caminhada mesmo nos dias de sol.

Hoje pensei que já podias ter percebido.

Já era tempo.

Quantos anos mesmo?

9 anos desde o nosso último Natal.

O início do fim.

Já tens 71... 

E eu acho que todo o orgulho do mundo não vale o abrir-se mão de um filho.

"Ou fazes como eu digo ou não te quero ver!"

"Desaparece que ninguém vai atrás de ti."

E não vieste.

Que argumentos serão os teus que sustentam a razão que achas ter?

"Eu é que sou a mãe" dizias muitas vezes com o indicador a apontar.

"Eu não te admito"!

E o ser mãe justificava-te os caprichos, as criticas, as pragas, as ofensas, as injustiças, a violência.

Anos e anos a tentar que gostasses de mim.

À espera do dia em que a verdade viria ao de cima e tu me irias descobrir as virtudes.

E a tua culpa...

Desculpa. Seria a única palavra que terias de dizer para que pudéssemos voltar a ser uma família.

Ou para que o pudéssemos ser.

Nem com os nascimento das tuas netas.

O orgulho e uma razão que não te reconheço.

Não vale tudo.

Ser mãe é colo. É dar força. É estar lá. É ensinar. É aprender. 

Ser mãe é paciência. É admiração. É um aperto constante com a dúvida do "será que estou a fazer bem?"

Tu não.

Tu nunca tiveste dúvidas da tua perfeição.

E do quanto eu era má.

Porque te punha em questão.

Por te perguntar porquê?

Por ter opinião.

Hoje vi-te e desejei que tudo fosse um engano.

E que chamasses por mim

Que me visses

Que me quisesses por perto.

Que me quisesses ser o chão e a morada, o tal incondicional que só vi em contos de fada

Mãe, 

ainda não me viste?



Tuesday, August 16, 2016

Depressão, eu?


Ontem foi o 1º dia que tomei o meio comprimido de Sertralina que a Doutoura me receitou há mais de um mês.
Mais de um mês com a receita na carteira.
O facto de andar na carteira mostra que não tinha descartado por completo a hipótese de a comprar, o facto de não ter comprado dizia "eu consigo, eu não preciso".
Não tinha medo de precisar nem medo do que isso significava, tinha medo de não me conseguir "segurar" se os tomasse... Medo dos efeitos, medo de me perder.
Na 2ª feira voltei à consulta com a Psiquiatra, a segunda e ela voltou a referir a importância de os tomar. Só meio. Que o meu estado não era fraqueza, era biológico. Que eu estava a passar por uma fase de privação do sono e o corpo estava a reclamar.
Ter duas filhas é lindo e eu sei que estou a passar por uma das fases mais bonitas da minha vida mas o "não dormir" é como tortura. Um dia após o outro sem dia nem hora para recuperar.
Família não temos, somos só eu e ele e ele trabalha...
Então, está tudo dependente de mim: as moças, a casa, a roupa, a comida, nós, os outros e os compromissos. Tudo para eu fazer, para eu me lembrar, para eu resolver, para eu tratar. Sem dormir, comendo à pressa acabando tantas vezes antes de acabar porque já uma das duas precisa de mim.
Hoje pouco tempo depois da 2ª metade do comprimido ao telefone como o marido oiço-o com gritos guturais dizer que %&$#" uma mão.
Nestas coisas de sangues consigo ser muito visual e a dor e a agonia transmitida pelos berros que deu mostraram-me sangue a jorrar e uma mão destruída.
Sozinha com a S. em casa comecei instantaneamente a tremer, a suar e a sentir que ia desmaiar. Não sei se não o fiz.
A S. chorava. Não sei se por sentir que eu não estava bem, se do sono.
Ainda a desprendi do carrinho, pensando em deitar-me abraçada a ela, mas uma tontura mais forte mostrou-me que ela estaria mais a salvo no carrinho.
Aos caídos da cama fui-me sentar na sanita tentando recuperar e "controlar-me".
No pensamento: "eu sabia que não devia ter tomado a Sertralina".
Não sei quanto tempo passou.
Sei que a S. chorava e eu estive ali, sentada a suar, pingando literalmente pela ponta do nariz, pelo corpo uma camada de água fazia crer que tinha tomado banho ali.
No pensamento a preocupação constante "se desmaio quem dá conta da S.?" "ou de mim?"
Diarreia, vómitos, tremores, suores, tonturas e sensação de desmaio iminente.
5, 10, 15, 20 minutos?
Até que do outro lado se voltou a ouvir: "Estou?" "Estás aí?" "Está tudo bem?"
Acho que disse que não, mas não ouviu e como se eu tivesse que estar boa naquele segundo levantei-me e enfiei-me a cambalear para dentro do duche, molhei o corpo com água fria, lavei a cara rápido e voltei para junto do telefone que tinha ficado em cima da cama.
Estás bem, ainda bem!
Não contei o que me aconteceu.
Estavas bem, estava tudo bem, vesti-me e fui com a S. ter contigo ao hospital.

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Thursday, July 14, 2016

O Adeus à chucha!


A Pi já tem 3 anos e ainda usa(va) chucha.
Nunca me preocupei muito com isso, porque eu própria chuchei no dedo até aos 27 anos. Leram bem, 27.
Lembro-me vagamente da médica de família ter dito que ela tinha de largar a chucha antes dos 2 anos, mas quando chegou a altura perguntei à Educadora dela, pessoa com vasta experiência em quem confio e ela me ter dito que 2 anos era cedo.
Que iria retirar as chuchas só na sala dos 3 anos.
Eu descansei...
O tempo passou e a sala dos três anos vinha já em Setembro, mas antes disso marquei uma consulta no Otorrino porque acho que a Pi fala muito alto e pensei que pudesse ser algum problema de audição, aliado a isso este inverno teve muita tosse e o ranho acompanha-a o ano inteiro.
Chego ao gabinete do especialista, ignora-me nos primeiros 2 minutos e concentra na Pi toda a sua atenção, troca meia dúzia de frases e diz-lhe: "Como é que uma menina tão grande ainda usa chucha?"
Fiquei perplexa pela rapidez da sua inferência e ainda sem ter tido tempo de lhe confirmar nada começa-me a mostrar os malefícios do uso prolongado da chucha.
Diz-me: "Se deixar a chucha hoje, ainda assim não se livra de usar aparelhos e de ter terapia da fala porque ela já tem a língua afetada e por isso fala tão mal..."
Fiquei muda.
A Pi é grande para a idade, muito despachada e já diz tudo!
Nunca percebi que falasse mal.
Achava que era normal para a idade.
Achava que era mimo.
Saí do gabinete sabendo que ela e eu tínhamos uma batalha pela frente porque a chucha e o KikoNiko são os seus parceiros para todo o lado.
Não que ela andasse de chucha de dia, mas no carro era um (mau) hábito, em casa (muitas vezes) em frente à televisão também e para dormir então era essencial.
Conversei com ela e expliquei que tínhamos que fazer o que o Doutor mandou e que ela tinha que ser muito forte porque era uma coisa que tinha mesmo que ser.
À noite a coisa esteve feia, houve choro, houve desespero, houve gritos, houve revolta e houve cansaço e houve a oração.
"menino Jesus, vem-me guardar, sou pequenina, não sei rezar
  menino Jesus, vem-me ajudar, já não tenho chucha e custa-me estar,
  ajuda-me a ser uma menina forte, ajuda-me a conseguir dormir,
  tira a tristeza de dentro de mim"
Doeu-me o coração ver a minha filha passar por aquilo.
E saber que tinha sido eu a incutir-lhe aquele vício, a incentivá-la a "precisar" da chucha.
Sem saber claro.
Damos a chucha porque ajuda nas cólicas, porque ajuda a acalmar, porque é melhor a chucha do que o dedo!
Damos a chucha porque é suposto os bébés terem chucha!
A tentação de lhe devolver a chucha foi muita mas foi superada.
Eu venci o vício do tabaco e sei que para deixar um vício não há volta atrás.
Temos que ser fortes e seguir em frente senão volta-se ao início outra vez.
 No meio da tormenta pediu leitinho. Percebi que queria chuchar no biberão. Fiz-lhe a vontade e depois do leite quentinho e sempre com muito mimo e muitas palavras de compreensão e de apoio lá conseguiu dormir.
" A mamã sabe que custa filha..."
Ainda acordou uma vez durante a noite, voltou a pedir leitinho, bebeu outro biberão e voltou a dormir.
No outro dia foi para a escola feliz contar aos amigos que já era grande e que já não usava chucha. Nesse dia não conseguiu dormir a folga.
Esteve excitadíssima e muito acelarada.
A segunda noite apesar de tudo já não custou tanto.
Hoje foi a terceira noite. Não me disse nada mas eu sei que ainda lhe custa.
A mim ainda me custa.
A minha menina está a ficar grande e eu com o coração apertadinho!

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Thursday, July 07, 2016

Uma questão de mérito!

Ontem quando o Cristiano Ronaldo fez este voo para o golo que nos deu euforia e pôs Portugal a fervilhar esperança, alegria e união o meu marido disse: Já merecia!
Já merecia porque neste Europeu ele ainda não tinha conseguido concretizar e já merecia!
Já merecia porque em tudo nesta vida há uma questão de acção/recompensa que é suposto a vida manter equilibradas.
Já merecia porque quem faz por merecer deve ser recompensado.
Não é fita. Não é falta de humildade.
É uma questão de justiça.
O Cristiano merecia e os Portugueses também. Mesmo os que ao longo deste Europeu têm falado mal de tudo o que conseguem.
Que a vida recompensa sempre os que fazem por isso, os que trabalham, os que não desistem.
Os que têm as costas largas e são alvos fáceis dos pequeninos e invejosos.
Porque a inveja recai sempre sobre os grandes!
E os Grandes merecem que a vida os vá recompensando pelo tanto dão.
Para que mantenham sempre a chama acesa e nos vão mostrando que vale a pena acreditar nos nossos sonhos, batalhar por eles e dar o melhor de nós.
Obrigada Cristiano!

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Wednesday, September 24, 2014

(mãe)

Hoje vi a minha mãe.
Atravessou a estrada.
Vi-a por entre o carro à minha frente.
Mantém a pose.
Sinto sempre como uma vertigem.
Como se de súbito fosse apanhada num sítio onde não devia estar ou a fazer o que não devia.
Aquele medo miudinho que é tão grande que me paralisa toda.
Ela passou e eu segui.
Veio comigo.
Trouxe-a por dentro sem saber. Chorei sem querer.
Não era suposto ser assim.
Já passaram dois anos. Um pouco mais.
Como? Porquê?
Como é que consegues?
O que é que eu te fiz?
És forte e eu sempre tive tendência para o drama. "És como a tua avó. Gostas de ser coitadinha" (dizias)
Não gosto.
E percebi tarde demais que também não gosto de ser enxovalhada.
Percebi tarde demais que por mais que fizesse, por melhor que eu fosse nunca teria um elogio da tua parte.  O reconhecimento.
Só as críticas. As pragas. E o medo. Sempre o medo. E os outros. O que vão pensar. O que vão dizer.
E o deixar de fazer, e o esconder e o mentir. Por nada. Só por ti.
Sempre me senti maior do que me fazias sentir.
Hoje lembro-me de todas as vezes que calava os teus insultos e "fingia que nada tinha acontecido" como tanto gostavas.
Passar por cima das coisas. Sem falar. Sem esclarecer. Sem pedires desculpa.
Lembro-me de pensar baixinho, "antes assim porque já tive antes sem ela e custava-me mais"...
Só me dói que não te custe. Que sejas capaz de não me ter. E de fingir que está tudo bem nessa tua vida sem mim. Que passes por cima de mim como se eu fosse um vizinho a quem se deixa de falar.
Era suposto ser tua filha. Era suposto a minha filha ter uma avó.
Como? Porquê?
Engulo as lágrimas que não deixo cair e sigo em frente. Se tu consegues eu também hei-de conseguir.
E afinal o provérbio da boa gente é para quem se sente, não é?

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Tuesday, August 19, 2014

Back

Faz tanto tempo que já nem sei se ainda sei escrever.
Tantas palavras não escritas,
tanto deixado por dizer,
tanto por guardar.

Voltei porque preciso tanto disto como de um abraço.
Um desabafo.
Um sítio onde me encontrar.
A salvo.

O mundo anda demasiado à superficíe..
já ninguém É,
já ninguém sente,
já ninguém fala de si.
Todos citam outros.
Todos "partilham" sem se dar.
As pessoas vivem juntas mas em silêncio e a rotina faz o barulho suficiente para se fingir que está tudo bem.
É mesmo assim?




Saturday, February 20, 2010

Quero Ser Livre e Voar



Há muito que não vinha aqui, porque há muito que este deixou de ser um canto onde me sinto confortável para pensar... O conceito de blog e de partilhar é giro, mas para mim, desde que deixou de ser em Off, deixou de servir o propósito para que o criei.
Aqui deixo a minha voz, numa das músicas cuja letra surgiu ainda na era dos rabiscos num dos muitos cadernos que guardo religiosamente.
De volta aos cadernos, despeço-me de todos com carinho... até um dia... quem sabe.

Thursday, July 23, 2009

Eu fui




Mas não gostei.
Não, que não tivesse gostado dos the killers. Gostei.
Não gostei foi do conceito de um festival de um dia, com casas de banho e pontos de comida a menos para o número de pessoas que lá estavam, onde ou se vê os concertos ou se satisfazem as chamadas primeiras necessidades.

A minha ideia de me divertir não passa pela aflição e preocupação do ai meu Deus que há filas enormes e agora não posso ter fome nem xixi.
Tive. Fome. E sim. Tive xixi.

Bem sei que os estádios são feitos para o futebol e que normalmente (antigamente) eram um sítio mais frequentado por homens. Mas sendo festival deviam ter previsto que meia dúzia de sanitas não iriam ser suficientes para a descarga de super bock que seria consumida...
Não gostei da Duffy, tia lá da terra dela que se esqueceu da pochete para completar o quadro da menina que se passeia em cima do palco como se estivesse num clip de televisão.

Desculpem-me os fãs, mas não conhecia os mano diao e estava à espera de algo parecido a manu chao não sei porquê.

A minha brandy estava igual à do Sudoeste, tirando a versão do aleluia final que não percebi bem a razão de existir a não ser a de, "ah e tal que eu tb consigo..." Aleluias a mais para mim...

Os the Killers não sendo a minha banda de eleição, uma vez que o meu bilhete dizia "Depeche", deram um grande concerto e fizeram a minha deslocação a Lisboa parecer menos ridícula...

À saída do estádio esperavam-me duas horas que eu não previa à espera de um táxi que nunca chegou a passar e de um autocarro que nos levasse para longe dali...

Thursday, July 09, 2009

Eu ía só ali (F@]%&$#/!!!!)

Acho mal :( Acho MUITO MAL!! Não se faz! Ah e tal que se aleijou na perninha! tadinho... E nós? E eu?.. que ando há 3 meses a sonhar com isto! :( senhor Dave Gahan, 47 anos, lamento informar mas estou triste! fraquinho...
(o que eu queria que um dia alguém ficasse assim triste comigo se por algum motivo eu cancelasse um concerto! ;P há ligue ao chefe a avisar que tá doente e não vai trabalhar, há quem meta artigos e não dê cavaco a ninguém, vida de artista é assim... quando falha afecta a vida de milhares. super chique!)


:)

Saturday, June 27, 2009

Rendida

O festival med em loulé, tem vindo ano após ano, a dar-me a conhecer bandas que irremediavelmente junto à minha já grande lista, de "favoritas".
Este ano, os Moriarty,até ver, são de facto a grande "aquisição".
Logo na primeira noite,um noite que se pretendia calminha, porque precedia um dia de escola e levantar ultra mega cedo, aqui está a voz que me impediu de recolher à hora prevista.
Uma música que me embalou e me encheu por dentro.
Ouvir no you tube não é de todo a mesma coisa. De todas as disponíveis talvez esta possa mostrar uma milésima da magia que por lá se espalhou.
À primeira vista é uma banda normal, não têm músicas para bombar, não pulam nem depenteiam os cabelos, mas eis se não quando se revelam todos eles grandes músicos, sólidos numa autenticidade de uma dimensão completamente fora do normal.
Eu fiquei até ao último acorde soar, bem agarradinha a mim para não me escangalhar.


No myspace o som é muito melhor e tem a versão que têm dos depeche mode, que foi sem dúvida o ponto alto do concerto, onde se ouviu um colectivo a cantar com uma voz que lhes vinha do peito: http://www.myspace.com/moriartylands

Tuesday, June 23, 2009


Sometimes, I hear a music, as if there is a God above trying to reach me
Trying to cuddle me, whispering:
It's gonna be okay. It will.

Sometimes, I wish He could hug me tight... Oh, how I miss a hug
and put me in to sleep... until the day when it is..
and then I realise, all the good things in my life, and I no longer crave to miss none of these days.

Somehow, in His silenced way,
He managed to fix me, gently,
consoling my grief, and reminding me, what I've forgotten.
and that's the greatest achievement,
the sense that, you can allways have the strenght to keep believing, at the end of every hard day

Tuesday, June 16, 2009

Um dia


Um dia vou conseguir escrever o que hoje só sei sentir
Um dia, vou deixar de me encontrar nas palavras dos outros e vou conseguir utilizar as minhas
Um dia, isto vai continuar a não fazer sentido mas vai parar de doer

Nesse dia, já não terei presente os cheiros, nem o toque, nem o gosto amargo de tudo o que não foi, e nem me vou lembrar da leveza com que calaste o que de melhor eu tinha para dar e dei...
Nesse dia já não vou respirar fundo antes de ver o remetente da mensagem que soa de tempus a tempus no meu telefone..
Nesse dia já não vou procurar o teu carro no estacionamento vazio atrás da minha casa
Nesse dia a amy vai deixar de falar de ti quando cantar o I'm no good e a brandy vai deixar de contar a minha história
Nesse dia vou sobreviver ao sorriso que trazias no dia em que com a outra foste onde a mim nunca me "pudeste" levar
Nesse dia já não vou precisar do reconhecimento que nunca me deste e voltarei a saber o que valho apesar das injustiças
Nesse dia o sorriso deixará de ser só força e passará a ser sentido

Um dia vou conseguir escrever,
o que hoje só sei sentir
Nesse dia já não vou recear o som do despeito nem o gozo da tua falta de discernimento
Um dia, isto vai continuar a não fazer sentido
mas vai parar de doer...

Friday, May 29, 2009

Nem a propósito...


2m29s

Tuesday, May 26, 2009

às vezes esquecemo-nos disto...


Honestly along the way you might fall down
So what do you do when you fall down?
Get back up
Everybody knows to get back up
Because if I stop walking, I’m not gonna get anywhere

But you know there’s sometimes in life when you fall down
And you feel like you don’t have the strength to get back up...

Do you think you have hope?
Because I tell you I’m down here face down
It seems impossible for me to get back up
But it’s not!

I will try one hundred times to get up
And if I fail one hundred times
If I fail and I give up
Do you really think I’ll ever gonna get back up?
No!
But if I fail and try again, and again, and again
It’s not the end
it matters how you gonna finish
And you gonna finish strong
And you will find that strength to get back up!!!

Just face it!


Why is it so hard to do it?
Do we really wanna see the truth
or do we rather live in a lie
Why delay on move on

Got to accept the truth
Got to face it, reality
So move on and have faith
Don't content with less... when you can... have it all!

If the phone, doesn't ring
If he's busy or tired
If he's got to get up early...
He's not that into you

If he doesn't hold your hand in public
He's not, that into you
If he's confused, or not ready
He's not that into you..

If the phone doesn't ring
He's not that into you
If he's busy or tired
He's not that into you
If he's got to get up early
He's not that into you..
Not that into youuu..uu.. aah..
Not that into you!

Sim, as coisas que facilmente esquecemos...
E quando se pensa que já se aprendeu algo
vem a vida e mostra-nos que por muito que sim,
podemos sempre cair nos mesmos erros outra vez...
E por muito que pensemos que conhecemos alguém,
a qualquer momento ela mostra-nos que afinal não..
E por muito que se queira às vezes não chega
Nem o Amor chega
Já diz a outra: Porque o Amor, o Amor..., O Amor não serve de nada!

Friday, May 08, 2009

Fredom is just another word, For nothing left to lose*

*Janis Joplin, Me and Bobby McGee

Dias e dias de noites escuras
de frases pequeninas
com o coração cansado de costuras
e a cabeça a latejar uma mesma ladainha

Pensa-se em tudo
e tenta-se o resto
há sempre um resto...
mais qualquer coisa a tentar

Fazem-se impossíveis
e quebram-se valores
valores do que pensavamos estar dispostos a aceitar no início
Mas no início, ninguém pensa nos finais.

enche-se o peito de ar e lá se vai
convicto de que tardou mas chegou
A rezar aos anjinhos dos quais não se sabe o nome
e a não falar muito para não azarar.

Quando algo não começa a correr bem
tem-se a tendência para arranjar desculpas para o sucedido
a relevar, a não dar importância
e na permanência do mal
aguentamos sempre mais
escolhemos não ver, todos os sinais..

E sem ver o que se perde pela teimosia de ficar
estraga-se o resto de fé que se tem
e sangra-se para lá do desespero

Quanto tempo até perceber que não me contento?
Nenhum.

Quanto tempo até ter coragem para parar de me contentar?
demais...

Porque afinal, tal como diz o velhinho da coca cola, isto a vida passa depressa demais, e eu, estou aqui para ser Feliz.

e sim, sei que ninguém fará por mim, o que eu não fizer por mim própria.

Thursday, May 07, 2009


talvez porque sei em concreto o que quero
talvez porque na espera tenha tido tempo demais,
para pensar e sonhar como o quero
talvez porque me conheça por dentro e saiba que não me agacho e nem me contento
faço faço
e espero, espero
mas não deixo nunca de querer o que sei que quero
não consigo parar de sonhar
e sonhando vou aceitando o que a vida me dá passo a passo
e medindo...
pesando, sentido
mais!
sei: quero mais!
E depois a maturidade a roer-me os sapatos e a dizer: cuidado...
quem tudo quer tudo perde..
mas se não me serve!
não por inteiro
porquê ficar?
desistir de sonhar?!
não consigo ser pela metade
nem Dar sentido que não devo,
que não chego...
que não chega.
E esta voz insistente que não se cala
mais!
quero mais!
e os outros...
sempre os outros
a exigirem que seja diferente,
que seja como eles
que queira menos
e que faça mais.
mas como eles.
Difícil este ser-se grande tendo ainda sonhos de pequenino
Difícil este ser-se grande e aceitar que a vida não é tão cor de rosa como a pintam nos livros,
que nem tudo é simples,
que nada é certo, garantido.
Difícil este ser-se grande e perceber que ainda se quer mais...
e perceber que os sonhos por vezes, são o que nos empurra e nos faz andar...
É difícil.

Sunday, May 03, 2009

Obrigada Mãe


Queria aproveitar este dia para deixar aqui uma homenagem à melhor mãe que eu conheço... a minha!
Uma verdadeira Senhora! Mulher de armas, de força, resistente! Mulher de trabalho de iniciativa! Prática e despachada... Capaz de arranjar tudo! Sem medo de nada! Mãe e Pai.
Completamente dedicada às filhas aos netos e aos outros em geral. Só através dela é que entendo o que é o amor despretensioso...
Toda a vida vi a minha mãe ajudar os outros e dedicar-se completamente a nós. Acho que deixou de viver por nós. Ou vivia através de nós.. O certo é que nunca a vi pensar nela primeiro...
Acho que nenhum homem se entregaria tanto...
Vi-a tantas vezes deixar de comer para que não ficassemos com fome, vi-a durante anos vestir a mesma saia, para que nós pudessemos ter a melhor educação, lembro-me dela brincar connosco, de nos levar a passear, de nos ouvir, nos mimar...
Lembro-me que a minha mãe tinha sempre tempo para nós. Sempre!!!
Lembro-me de como era bom o seu cheirinho e o calor do seu colo. Lembro-me de me sentir linda e especial todos os dias!!!
Lembro-me de ser feliz...
Um beijinho a todas as mães!!!
E um beijinho especial para a minha :)

Friday, May 01, 2009

Não posso


Já tive alturas em que senti que tinha de ir... e fui
Em que não podia ir... e fiquei
Em que tinha que de parar... e esperei

Somos livres de escolher
Mas obrigados a tomar decisões
e nem sempre nos dão a escolher
o que queremos de verdade.

Há coisas que não são para ser ditas
outras que não são para ser repetidas
pudesse eu...
mas não posso
da mesma maneira que nao posso ser mais eu por aqui

Thursday, April 30, 2009

I would live forever if I could...


... but not like this

Wednesday, April 08, 2009

Sounds good!

Thursday, April 02, 2009

Só se escolhe como se vive


Das coisas que mais me impressionam na vida, é a morte.

O como, o quando, o porquê, são coisas que só me lembro aquando da morte de outrém.

Cresci educada por uma religião que me ensinou que nascemos do pecado e que devemos levar a vida inteira a condenar-nos e a tentar redimir-nos do mal. A morte é certa mas o céu e o inferno são consequências directas do que por cá fazemos.

A morte do meu avô fez-me repensar algumas coisas.

Ele foi um homem que viveu a vida inteira para os negócios, para o dinheiro, e para os petiscos com os amigos.

Família era algo que não o preocupava muito. Apesar de a ter, nunca senti que (n)os levasse a sério, ou (n)os tivesse em consideração.

Viveu a vida inteira como se não precisasse de ninguém. E não precisou.

Cresci sabendo que a minha mãe não tinha pai. Ou melhor tinha, mas ele não queria saber dela. Não se falavam. Eu era miúda não percebia porquê. E lembro-me que passei por uma fase em que até perguntava.

Lembro-me dele, nas minhas férias de verão na casa da praia. A casa era dele, mas não me lembro de uma conversa de avô para neta que ele alguma vez possa ter tido comigo, nem de ele me ensinar nada daquelas coisas que nos filmes os avôs fazem com as/pelas netas.

Lembro-me que na praia havia um bar dancing putedo, mesmo ao pé da "nossa" casa e que era lá que o meu avô passava as noites, enquanto a minha avó se juntava às outras mulheres na converseta e eu brincava com as outras crianças ao macaquinho do chinês.

Era o pai da minha mãe. Mas pai foi coisa que nunca soube ser.

Há seis anos atrás a minha mãe recebeu um telefonema da segurança social. O meu avô estava velho, morava sozinho na praia e precisava de alguém que fosse cuidar dele porque já não era autosuficiente. Os diabetes começavam a atacar em forte e estava praticamente cego.

A minha mãe bem tentou dizer que ele nunca foi pai dela e que ele tinha outros dois filhos mais novos de uma outra mulher, mas a senhora não quis saber. É a filha mais velha, disseram-lhe do outro lado da linha e legalmente tem obrigações a cumprir.

A partir daí a minha mãe passou a ter pai. Um pai de quem cuidar. Só isso. Todos os dias ela ía à praia e entre arrumar a casa, ir às compras, fazer a comida, e tratar de tudo o que implica cuidar de alguém, mudava-lhe a fralda e dava-lhe banho.

Impressionou-me a decadência na altura. De uma parte e de outra.

A minha mãe envelheceu uns 10 anos por ano. Andava cansada. Desgastada. Nunca a ouvi queixar-se.
O meu avô tampouco. Nunca o ouvi agradecer ou reconhecer.

Do dinheiro que se orgulhava de ter em novo nada restara. A falta de vista a piorar nos últimos anos e o orgulho para pedir ajuda levaram-no a perder tudo, ninguém sabe como.

A minha mãe lá fazia esticar a reforma dele e não raras vezes punha do dela.

A vida no meu avô na altura era ficar na escuridão a que a cegueira o condenava, à espera que ela chegasse para o tratar e alimentar. Não fazia nada sozinho. e as vezes que tentava caia, e no chão ficava à espera que ela chegasse para o levantar.

Foram dois anos muito difíceis para os dois. Não sei para qual dos dois o pior.

2 anos depois e umas luvas bem grandes oferecidas a quem decide e a minha mãe lá conseguiu lugar num lar para o meu avô. A reforma dele não chegava para o pagar, mas a minha mãe com a vida que estava também já não conseguia aguentar.

No lar, o meu avô levava os dias sentado sem fazer nada. Nada o alegrava. quando o ia visitar pouco falava. nunca teve nada para me contar. Nada para me ensinar. Uma vida inteira.

Perguntava-me muitas vezes qual seria a validade de viver assim. Os dias inteiros à espera que o tempo passasse. Sem nada para fazer. Nenhuma fonte de prazer. Nada. Escuro. Solidão. E consciência... Só isso lhe restava. Esteve sempre lúcido.

Nem comer era um prazer, pois com os diabetes não podia comer nada doce e muito pouco sal na comida, ou nenhum.

No último ano, e contra todas as expectativas do nada pode ser pior, ficou pior. A cada dia ainda pior. No último ano as pernas começaram a gangrenar. Não conseguiam controlar os níveis da diabetes. Passou o Natal no hospital. Sem festa. Cortaram-lhe uma perna. A outra a apodrecer de dia para dia. Deixou de comer. Enfiavam-lhe uma seringa das grandes pela boca a dentro com uma especie de papa. Já não falava. E eu pensava que para viver assim, seria melhor morrer. Acho que ele também. Por isso é que se recusava a dar sinal de si e fingia que não ouvia e que não dava conta de nós quando o íamos visitar.

Morreu dia 20 de Março.
E já foi tarde.
Já há muito que todos o tínhamos perdoado as escolhas que fez.
No funeral de um homem tão popular, amigos não estava nenhum... Só nós. As que para ele nunca fomos ninguém.
Tu não sabes avô, mas essa tua filha é uma das melhores pessoas que conheço!

Passou ao lado da vida sem saber o que é Amor. Nem sequer pela filha.

Eu... fiquei a respeitar mais a morte. Ser velho não é fácil. E ninguém conta que ela por vezes tarde em chegar..
Mas lá diz o outro: "Não se morre quando se quer, mas quando se pode".

Wednesday, March 04, 2009

Acting



Ainda...
Apesar da falta de apoios, da falta de tempo e da falta de gente para trabalhar em tudo o que faz falta para se manter uma companhia de teatro de pé, a 100 Palavras, Companhia de Teatro Experimental do Algarve persiste só pela teimosia de uma meia dúzia de pessoas que ainda não estão preparadas para desistir...

Para quem se queixa que por cá há pouca oferta, a Câmara de Loulé promove neste mês do teatro uma série de peças distribuidas pelas diferentes salas do concelho, com entrada gratuita!

"Amantes e doidos que tais" é uma produção baseada em 5 peças de um acto de escritores de diferentes nacionalidades.

Para quem puder e quiser, fica o desafio: Tente não rir! :)

Tuesday, March 03, 2009

Mumbling


his voice sounds a bit like despair:
tell me what do you want!!!
and whispering
with her mouth glued to His lips
she mumble:
the truth!!

He walks away...
so weak,
so fragile
so bent down...
'cause renounce is never easy
but staying it aint an option... sometimes.

His voice sounds a bit like regret:
tell me what do you want!!!
and without breathing
with her fingers nailing his skin
she cries:
You!

and she knows its not an option...
at least, not as she wants to!

Sunday, February 15, 2009

Where did it end?


where is the end of the being
the end of our ability
to feel,
to dream,
to hope

where is the end of humanity
the end of our ability
to help,
to share,
to dare

people complain that they have no time
but yet, they live as if certain things could be left to tomorrow
"in the future I'll do this, I'll have that!"
What are you doing today, to make that happen?
What kind of person are you beeing today?
What are your priorities?

we often live as if we have plenty of time,
plenty of choices...
how many days do we have to waste?
How many chances?
How many lives?

this rushed world makes us experts
on making a thin circle
that put us, even more far from others,
more far from what we wanna be,
and from life too...
as it was at the begining.

Where did it end?
our ability to give,
to forgive,
to believe!